A primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, divulgou ontem uma carta sobre o massacre de Newtown afirmando que começaram a ocorrer “nos salões do governo aquelas difíceis conversas sobre como podemos construir um amanhã mais seguro e pacífico para todas as nossas crianças”. A declaração é uma referência indireta às discussões sobre o endurecimento da legislação sobre armas nos EUA.
Na última sexta-feira, dia 14, um jovem matou 20 crianças e seis adultos na escola Sandy Hook, em Newtown, no estado de Connecticut. Identificado como Adam Lanza, o atirador tinha 20 anos carregava e um rifle e duas pistolas – todas armas legalmente adquiridas por sua mãe, Nacy Lanza, também assassinada por ele. Nesta semana, o presidente Barack Obama prometeu dar respostas concretas sobre o assunto já em janeiro, indicando que pode tentar impor novas regulações à venda de armas – um assunto que tangenciou durante a corrida eleitoral de novembro.
“Como o meu marido disse, nas próximas semanas ele vai usar todos os poderes de seu cargo para engajar os cidadãos de todo este país para encontrar maneiras de prevenir tragédias como esta”, diz a carta de Michelle, divulgada na imprensa americana. No texto, ela afirma que as “conversas” sobre o tema também começaram “nas salas de jantar e nos lugares de culto”.
Apesar da comoção causada por tragédias como a de Newtown – só neste ano, houve ao menos outros quatro assassinatos em massa -, apenas uma parte ligeiramente maior dos americanos (49%) acha que é mais importante controlar as vendas de armas em relação aos que acham mais importante proteger o direito terem armas (42%), segundo pesquisa do instituto Pew divulgada nesta quinta-feira.
“Como uma mãe de duas meninas, meu coração dói por vocês e suas famílias. Como tantos americanos, eu gostaria que houvesse algo – qualquer coisa – que eu pudesse dizer para aliviar a sua angústia”, diz Michelle, que tenta oferecer algum conforto à família das vítimas. “Por favor saibam que a cada minuto de cada dia, nós estamos pensando em vocês e nas suas famílias em nossos corações, enquanto vocês começam o lento e doloroso trabalho de curar as feridas e seguir adiante.”
