PT apresenta ação ao TSE para pedir mandato de Marta Suplicy no Senado

Partido quer que mandato seja transferido para petista Paulo Frateschi.
Ex-prefeita se desfiliou em abril alegando ter sido ‘isolada e estigmatizada’.

O PT informou que apresentou nesta terça-feira (26) uma ação no Tribunal Superior Eleitoral para tirar o mandato da senadora Marta Suplicy (SP) por desfiliação partidária sem justa causa.

O objetivo é transferir o cargo para seu segundo suplente, Paulo Frateschi (PT). O primeiro suplente é Antonio Carlos Rodrigues, filiado ao PR, atualmente ministro dos Transportes.

A ex-prefeita de São Paulo deixou o PT no mês passado com críticas ao envolvimento do partido em escândalos de corrupção e alegando ter sido “isolada e estigmatizada” pela direção.

Em nota divulgada à imprensa, o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza, afirmou que Marta resolveu deixar a sigla por “ambição política” e “oportunismo eleitoral”. A senadora recebeu convite para se filiar ao PSB e concorrer pelo partido à Prefeitura de São Paulo na eleição de 2016, mas ainda não falou se aceitará.

Na nota, Emídio de Souza nega que o PT tenha cerceado as atividades partidárias ou parlamentares da senadora, lembrando que, pelo partido, ela foi eleita para diversos cargos no partido.

“Sucessivamente prestigiada, com o apoio da militância e das direções petistas, Marta Suplicy foi deputada federal, prefeita, senadora e duas vezes ministra de Estado”, diz a nota.

“Lamentavelmente, a senadora retribui com falta de ética e acusações infundadas, a confiança e apoio que o PT lhe conferiu ao longo dos anos. Ao renegar a própria história e desonrar o mandato de senadora que exerce pelo PT, Marta Suplicy desrespeita a militância que sempre a apoiou. Ao se demitir do dever de servir ao partido pelo qual foi eleita, a senadora incidiu em renúncia tácita de mandato, renúncia lógica e auto-evidente”, afirmou.

Marta contesta
Ainda nesta terça, Marta contestou as alegações do partido na tribuna do Senado, enquanto os colegas discutiam as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo. A senadora negou que tenha traído o partido e voltou a criticar a gestão da presidente Dilma Rousseff.

“Quem traiu os princípios foi o governo, também, o governo de quatro anos que acabou com a economia brasileira, que criou uma catástrofe, um desarranjo total, que foi incapaz de pedir desculpa ao povo brasileiro. E depois incapaz de propor um plano de reestruturação da economia, destruída nos quatro anos que antecederam”, disse Marta.

Na carta em que anunciou sua desfiliação em abril, Marta disse que o PT “não possui mais abertura nem espaço para o diálogo com suas bases e seus filiados”. Afirmou ainda que o partido “não está interessado, ou não tem condições, de resgatar o programa para o qual foi criado, nem tampouco recompor os princípios perdidos”.