Opositora venezuelana é indiciada por suposto plano para matar Maduro.

María Corina Machado foi indiciada por crime de conspiração.
Oposição rejeita as acusações.
Maria Corina Machado caminha pela Guarda Nacional ao chegar ao Ministério Público em Caracas nesta quarta-feira (3) (Foto: AFP Photo/Juan Barreto)Maria Corina Machado caminha pela Guarda Nacional ao chegar ao Ministério Público em Caracas nesta quarta-feira (3) (Foto: AFP Photo/Juan Barreto)

O Ministério Público da Venezuela indiciou nesta quarta-feira (3) a líder da ala dura da oposição, María Corina Machado, pela sua suposta ligação com um plano para assassinar o presidente do país, Nicolás Maduro.

Não ficou imediatamente claro se a deputada deposta enfrentará um julgamento pelo crime de conspiração em liberdade ou atrás das grades. Se condenada, ela pode pegar pena de oito a 16 anos de prisão.

Machado, que está impedida por lei de sair da Venezuela, se apresentou para depor em audiência judicial que durou cerca de três horas no Ministério Público, no centro de Caracas. A ex-deputada se retirou do tribunal logo depois das acusações serem lidas, informa a agência France Presse.

“Hoje me indiciaram pelo delito conspiração. Todas as acusações e supostas provas são totalmente falsas e eu as rejeito”, declarou Machado ao sair do tribunal, acrescentando que as acusações contra ela são uma infâmia.

Machado foi acompanhada do líder da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, o prefeito metropolitano, Antonio Ledezma, deputados opositores e dezenas de simpatizantes.

“Maria coragem”, afirmavam alguns cartazes exibidos pelas pessoas sob o olhar de dezenas de membros das forças de segurança que protegiam o lugar.

Acusação
Líderes do Partido Socialista, que está no poder, acusaram em maio um grupo da oposição, que inclui Maria Corina, de planejar o assassinato de Maduro para abrir caminho a um golpe de Estado. A oposição rejeita com veemência as acusações e alega que as denúncias de planos de assassinato são uma estratégia do governo para desviar a atenção dos venezuelanos dos problemas como escassez de produtos, inflação e violência.

Na semana passada, o Ministério Público havia convocado a opositora a se apresentar formalmente. Na ocasião, informou que “vem realizando uma investigação desde o mês de março… por denúncia de vários parlamentares da Assembleia Nacional e de um particular”.

A ex-deputada Maria Corina Machado perdeu a imunidade parlamentar este ano, acusada pela maioria governista do Legislativo de abandonar o cargo.

Junto com o ex-prefeito Leopoldo López, que está preso depois de ter sido acusado de promover protestos violentos nas ruas este ano, a ex-deputada lidera a ala mais dura da oposição, que convocou os seguidores a se manifestarem pelo descontentamento com o governo.