Ela foi achada morta após irmã denunciar filhos da vítima por maus-tratos.
Jovem diz que mãe morreu engasgada com comida; perícia espera laudo
A irmã de 53 anos da vítima registrou boletim de ocorrência em 17 de março em que afirma que os filhos da mulher, uma jovem de 22 anos e um rapaz de 20, agrediam a mãe. Menos de 15 dias depois, no dia 31 de março, foi registrado o boletim de morte suspeita. Um primeiro laudo, no entanto, descartou que o óbito tenha sido causado por traumas físicos.
Para a irmã da vítima, a mulher sofria maus-tratos que eram praticados pelos filhos e não resistiu às agressões no dia da morte. Um amigo da família gravou o vídeo que foi entregue à Polícia Civil, que repassou as imagens ao G1. “Desgraçada, eu nunca vou te dar amor e carinho. Você não merece, nunca vai merecer. Eu vou embora e te deixar aqui sozinha. Vai para o inferno demônio”, grita a jovem.
A mulher, que está com os dois pés enfaixados e amarrados com uma fita preta, reclama de dores: “Está doendo demais, está latejando”. Não há informações da polícia sobre quando o vídeo foi gravado.
Marcas de violência
Após a morte, no dia 31 de março, o corpo da mulher foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), a pedido da médica que atendeu o caso e, segundo o registro da Polícia Civil, considerou que era um caso de morte violenta. A vítima tinha hematomas pelo corpo e ferimentos nas pernas.
De acordo com relato da irmã à polícia, a vítima morava em uma edícula no mesmo terreno dela e sofria de depressão. Ela afirmou também que no dia da morte foi até a casa da irmã após ouvir barulhos de socos e escutar o filho da vítima gritar “mãe”.
Engasgada com comida
Em contato com o G1, a filha da vítima negou que ela e o irmão tivessem provocado a morte da mãe. A jovem disse que a mãe engasgou e passou mal enquanto comia. Ela afirmou ainda que a mãe era alcoólatra, tinha depressão e não estava bem de saúde.
“Era horário do almoço, meu irmão estava alimentando minha mãe, e ela engasgou e passou mal. Ela bebia muito e estava com a saúde comprometida, o intestino não funcionava direito”, disse. A filha confirmou à reportagem que é ela quem aparece no vídeo que chegou à polícia.
Investigação
O delegado José Donizete de Melo informou que a investigação sobre o caso está em andamento. “Já ouvimos os filhos da vítima e estamos no aguardo dos laudos finais. O primeiro exame não constatou que a morte foi causada por lesões físicas”, disse.
Segundo o delegado, os médicos legistas pediram também um exame toxicológico na tentativa de averiguar possível envenenamento ou ingestão de substâncias que poderiam ter provocado a morte da mulher. Esse segundo laudo deve ficar pronto em na próxima semana.