Enfermeira com ebola nos EUA diz que ‘se sente bem’.

Ela é o primeiro caso de transmissão da doença nos Estados Unidos.
‘Quero agradecer aos que rezam por mim’, disse a profissional de 26 anos.

Foto cedida pelo anuário da Universidade Cristã do Texas mostra a enfermeira Nina Pham, de 26 anos, primeira pessoa a contrair o ebola dentro dos EUA (Foto: Cortesía de tcu360.com/AP)
Foto cedida pelo anuário da Universidade Cristã do
Texas.

A funcionária de um hospital no Texas, que se tornou no domingo (12) o primeiro caso de contágio de ebola dentro dos Estados Unidos – e o segundo fora da África – disse nesta terça-feira (14) que se “sente bem”.

“Eu me sinto bem e quero agradecer a todos aqueles que me enviaram desejos de recuperação e estão rezando por mim”, declarou Nina Pham em um comunicado divulgado pela clínica onde ela trabalha e na qual agora está em isolamento.

Nina, de 26 anos, cuja exata função no hospital não foi informada, contaminou-se com o vírus como membro da equipe que tratou do liberiano Thomas Eric Duncan.

Duncan tinha viajado da Libéria para o Texas em setembro e começou a apresentar os sintomas do ebola dias depois de sua chegada. Ele morreu na semana passada.

Nina recebeu plasma retirado do sangue de um médico que se curou da doença. A transfusão de plasma, contendo anticorpos para o vírus do ebola, ocorreu na tarde desta segunda.

Ele veio de Kent Brantly, o médico do Texas que sobreviveu ao ebola. Brantly contraiu a doença quando trabalhava como voluntário em um grupo missionário também na Libéria.

O diretor dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC), Thomas Frieden, disse que a agência vai ampliar o treinamento dos profissionais do sistema de saúde dos EUA.

Segundo ele, 76 pessoas que podem ter tido contato com Duncan após sua internação estão sendo monitoradas.

Segundo Frieden, “apenas uma única pessoa” teve contato com Nina enquanto ela poderia transmitir a doença. O diretor dos CDC disse também que ainda não sabe como a enfermeira contraiu a doença em uma unidade hospitalar de isolamento.

Duncan foi o primeiro paciente a ser diagnosticado com ebola nos Estados Unidos, mas ele contraiu a infecção em seu país natal, a Libéria. O caso desta profissional de saúde foi o primeiro em que a transmissão da doença ocorreu em território americano.

Quebra de protocolo Uma quebra de segurança nos protocolo possivelmente durante a remoção de equipamentos de proteção após o tratamento do paciente com ebola, pode ter causado a contração do vírus mortal por Nina.

Frieden disse que, em algum momento durante o atendimento do paciente original, houve uma brecha no protocolo que resultou na infecção da profissional de saúde.

Todos os profissionais de saúde de Dallas que ajudaram a cuidar de Duncan foram potencialmente expostos ao vírus, disse Frieden.

“Outra (área) que nós estaremos olhando de perto na investigação são as intervenções que foram feitas para tentar desesperadamente manter (Duncan) vivo”, disse ele ao programa de televisão do canal CBS “Face the Nation”.

“Isto incluiu diálise e intubação. Estes são dois procedimentos que podem resultar na propagação de material infeccioso”, disse Frieden.