Um dos primeiros blocos criados foi o “Bloco das Virgens” em 1930.
Bloco das Virgens já fazia a folia na década de 30 (Reprodução/ Livro ‘Uma vida em vermelho’, de Wladimir Pomar)Sendo um dos mais tradicionais e famosos da região oeste do Pará, o carnaval de Óbidos, conhecido como “Carnapauxis, a Festa do Mascarado Fobó” foi iniciado oficialmente em 1997. Passados 18 anos, o evento continua preservando a característica cultural das marchinhas atraindo inúmeros visistantes à cidade.
De acordo com o secretário de cultura do município, Sandro Silva, antes mesmo do carnaval ganhar os moldes atuais, as famílias residentes na parte baixa de Óbidos faziam um desafio às pessoas que moravam na parte de cima da cidade, criando os chamados “entrudos” – que eram batalhas de carnaval pelas ruas para demonstrar a alegria no período da quadra carnavalesca. A mudança começou após o ano de 1918, quando surgiram os primeiros bailes de carnaval.
(Foto: Mauro Pantoja)
Desde que a festa foi criada, blocos como o Bloco Mirim – Unidos do Umarizal, Bloco Unidos da Serra da Escama, Bloco Águia Negra, Bloco Xupa Osso, Bloco Unidos do Morro e Bloco das Virgens comandam a folia pelas ruas da cidade. “O Bloco das Virgens é um dos mais antigos, com relatos de que já na década de 30 ele percorria as ruas da cidade”, ressalta Sandro Silva.
De acordo com o músico Eduardo Dias, que morou em Óbidos, o “Bloco das Virgens” sempre preservou a característica inicial do carnaval, se tornando um dos mais conhecidos do carnapauxis. “Ele iniciou em 1930, mas sempre teve essa característica de bloco de rua, com uma banda no chão, pois Óbidos sempre primou por essa característica. Óbidos já tentou fazer uma escola de samba, criando a Portela e o Barreirão mas não deu certo porque o pessoal gosta mesmo é do bloco de rua”, ressalta.
Um dos blocos mais recente é o “Pai da Pinga” que anima os visitantes e moradores de Óbidos todas às segundas-feiras levando cerca de 4 mil pessoas às ruas da cidade. “Participo do carnaval desde 1997. Nós começamos a trabalhar no Bloco das Virgens, aí de uns seis anos pra cá fomos para o Pai da Pinga, percorrendo as ruas da cidade terminando na praça Santa Terezinha. O bloco em si, utiliza as tradicionais marchinhas de carnaval, até porque tentamos manter a cultura do carnaval desde como ele começou”, explica um dos participantes do bloco, Arthur Junior.
Novo Integrante
Neste ano a novidade foi a integração do Bloco Vai ou Racha na programação oficial do Carnapauxis. Ele foi o responsável pela abertura do evento, que ocorreu na quarta-feira, 11 de fevereiro.
Segundo o secretário de cultura, a expectativa de público para os sete dias de folia é de 100 mil pessoas. “Acredito que ele [o carnaval] se diferencia por essa integração, aqui a população recebe todos de braços abertos. As famílias se acomodam nas arquibancadas, nas praças, no centro do Fobódromo”, destaca.
Mascarado Fobó
A característica marcante da festa são os foliões que percorrem as ruas da cidade caracterizados com máscaras, artesanais ou compradas; macacões confeccionados a partir de tecidos, obrigatoriamente estampados e apito. Atraindo cada vez mais os visitantes. “O segredo é você não saber quem está atrás. A pessoa brinca com você e você não sabe quem é”, explica o secretário.
Em 2015 a folia iniciou em janeiro com o pré-carnaval. Todos os domingos os blocos iam as ruas fazer a festa com moradores e visitantes.
O evento acontece na Praça do Sesc Centenário, mas que nesse período se transforma no Fobódromo em homenagem ao “Mascarado Fobó”, personagem folclórico.
“Festa do mascarado Fobó” preserva características culturais antigas do carnaval(Foto: Mauro Pantoja)
