Grupo de senadores alcança acordo sobre reforma migratória nos EUA.

ÍndiceWASHINGTON – Um grupo de senadores democratas e republicanos chegou a um acordo sobre a polêmica reforma migratória nos EUA, nesta segunda-feira. Segundo um documento de cinco páginas divulgado à imprensa, oito parlamentares fizeram parte das negociações, que deram origem a uma proposta para garantir a cidadania a parte dos 11, 2 milhões de imigrantes ilegais no país e estabelecer medidas mais rigorosas nas fronteiras.

De acordo com um anúncio preliminar, o grupo deve revelar seus planos nesta segunda-feira, em uma conferência no Capitólio, sede do congresso dos EUA. Na terça-feira, Barack Obama também deve revelar sua proposta em Las Vegas, marcando o início das discussões do tema. O presidente pretende usar a viagem para “redobrar os esforços e fazer da reforma de uma imigração abrangente, uma realidade”, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

A sugestão dos senadores inclui um maior número de garantias de cidadania aos imigrantes que já estão nos EUA – em certos casos perante pagamento de multa. No entanto, ela vai depender de decisões para estreitar a fronteira, mais leis que garantam que estrangeiros deixem o país de acordo com o tempo determinado em seus vistos. Pessoas jovens levadas ao país quando crianças e trabalhadores do setor de agricultura teriam mais facilidade na obtenção da cidadania.

Outra proposta é que imigrantes que obtenham desempenhos notáveis que universidades de ciências, matemática, tecnologia e engenharia ganhem vistos de permanência nos EUA. A nova legislação também visa a impor uma maior fiscalização de empresas para coibir a contratação de imigrantes ilegais.

2012-545356913-USA-IMMIGRATION_DREAMERS-3_20120816A reforma migratória é alvo de negociações nos EUA há mais de cinco anos, desde que uma proposta do presidente George W. Bush foi derrotada no Senado em 2007. O esforço dos oito parlamentares é o mais sério acordo bipartidário sobre a questão desde o início da polêmica.

O grupo de senadores é formado pelos democratas Dick Durbin, de Illinois; Chuck Schumer, de Nova York; Bob Menendez, de Nova Jersey; Michael Bennet, do Colorado; e pelos republicanos John McCain, do Arizona; Lindsey Graham, da Carolina do Sul; Marco Rubio, da Flórida; e Jeff Flake, também do Arizona.

Luta deixada de lado no primeiro mandato

A reforma migratória, em grande parte deixada de lado por questões econômicas no primeiro mandato de Obama, faz parte de uma ambiciosa agenda liberal apresentada pelo presidente em seu segundo discurso de posse, que também incluiu o controle de armas, direitos dos gays e o combate à mudança climática.

Durante o discurso, o presidente prometeu rever a reforma migratória e afirmou que os EUA só terão cumprido sua tarefa quando mulheres, negros e imigrantes tiverem as mesmas oportunidades dos demais americanos.

Além de potencialmente ser seu principal legado no segundo mandato, a reforma poderá ter implicações significativas na próxima eleição presidencial, consolidando a preferência dos hispânicos, fatia da população que mais cresce, pelo Partido Democrata.

A imigração é um tema controverso nos EUA. Nos últimos três anos, estados com forte presença latina, como o Arizona, aprovaram leis repressivas que incentivam a caça aos ilegais. No entanto, nas últimas eleições, 71% dos latinos votaram em Obama, o que demonstrou a importância social da promessa da reforma migratória e chamou a atenção dos republicanos.

– O que mudou, honestamente, é que há uma valorização dos dois lados, talvez mais crescente do lado republicano, de que tempos que aprovar um projeto de lei para uma reforma mais abrangente das leis de imigração – disse o senador republicano John McCain, em entrevista à emissora ABC News no domingo.

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