Médico baleado por paciente recebe alta em SP, diz Hospital Sírio-Libanês.

Urologista Anuar Mitre, de 65 anos, levou 3 tiros no dia 15 de setembro.
Crime ocorreu no consultório dele; atirador se matou em seguida.

médico Anaur Mitre (Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal)
Médico Anuar Mitre está internado
(Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal)

O urologista Anuar Ibrahim Mitre, de 65 anos, recebeu alta e deixou o Hospital Sírio-Libanês, no qual trabalha, em São Paulo, no sábado (18). De acordo com boletim médico divulgado nesta segunda-feira (20), o médico “está em franca recuperação e seguirá em acompanhamento ambulatorial”.

Mitre havia sido atingido por três tiros dentro do seu consultório médico, em um prédio em frente ao Hospital Sírio-Libanês, no dia 15 de setembro. O agressor foi identificado como Daniel Edmans Forti, especialista em medicina do trabalho. Após atirar contra Mitre, ele se matou com um tiro na cabeça.

Mitre deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital no último dia 13.

Para a Polícia Civil, o atirador quis se vingar do especialista, que o teria deixado impotente após uma operação na uretra em 2012. Antes do crime, Daniel chegou a denunciar Anuar ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) pela cirurgia. O conselho concluiu, no entanto, que não houve erro no procedimento cirúrgico.

O corpo de Daniel foi enterrado no dia 17 de setembro no Cemitério Israelita do Butantã, Zona Oeste da capital. De família judia, ele morava com a mãe num apartamento na região de Higienópolis.

Daniel começou a se tratar com Anuar em São Paulo em 2012, depois de ter sofrido um acidente de moto no Rio de Janeiro. Ele teve o pulmão perfurado, quebrou a bacia e teve problemas na uretra.

Na capital paulista, o urologista operou o paciente. Mas devido ao procedimento, Daniel começou a sentir dores no corpo e eventualmente usava muletas para caminhar, o que teria agravado seu quadro depressivo. Solteiro e sem filhos, ele também reclamava de impotência sexual.

Em 2013, Daniel, que antes do acidente exercia a função de médico do trabalho, pediu o cancelamento do seu registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). De acordo com o conselho, o motivo não foi informado à entidade. Ele teria desistido da profissão por estar se sentindo inválido após a cirurgia.