Médicos anunciam cura de 2º infectado com vírus do HIV da história.

Adam Castillejo, o “Paciente de Londres”. Foto: Andrew Testa / NYT

Um grupo de médicos da Inglaterra anunciou nesta terça-feira (10) que um paciente soropositivo foi curado do HIV (vírus da imunodeficiência humana) após ser submetido a um transplante de células-tronco.

Trata-se do segundo caso de cura da história da doença.

O paciente tem sido chamado pela mídia europeia como o “Paciente de Londres”. Seu organismo não apresenta sinais ou quaisquer traços genéticos do vírus há 30 meses, segundo os resultados publicados pela revista The Lancet HIV.

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Cura comprovada do HIV após 30 meses

Em março do ano passado, o professor Ravindra Gupta, da Universidade de Cambridge, já havia anunciado que este paciente, diagnosticado com o HIV em 2003, estava em “remissão” há 18 meses, isto é, seu corpo aparentava estar livre da doença.

Ravindra pediu cautela e mais tempo para averiguar o caso. Um ano depois, sua equipe deu um passo adiante.

Sugerimos que nossos resultados representam uma cura do HIV“, escreveram à revista The Lancet HIV, após testarem diversas amostras de sangue, tecido e esperma.

Assim como o “Paciente de Berlim”, o primeiro a ser curado na história, em 2011, o Paciente de “Londres” foi submetido a um transplante de medula óssea para tratar um câncer de sangue e, assim, recebeu células-tronco de doadores portadores de uma mutação genética rara que impede o HIV de se estabelecer, o CCR5.

“Nossas descobertas mostram que o sucesso do transplante de células-tronco como tratamento para o HIV, relatado pela primeira vez há nove anos para o paciente de Berlim, pode ser replicado”, afirmam os pesquisadores, que agora esperam obter outros casos de sucesso.

“Outros pacientes receberam tratamento semelhante, mas nenhum está em remissão (…). Provavelmente haverá outros, mas isso levará tempo”, concluiu o professor Gupta.

Quem é o Paciente de Londres?

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Adam Castillejo, o “Paciente de Londres”. Foto: Andrew Testa / NYT

Nascido em Caracas, capital da Venezuela, Adam Castillejo, vive na Inglaterra, onde foi entrevistado pela primeira vez pelo jornal New York Times no início deste mês.

Ele decidiu revelar sua identidade após muita reflexão, percebendo que sua história poderia ser traduzida como uma ‘mensagem de esperança’.

“Quero ser um embaixador da esperança para as pessoas”, disse ele.