Modelo morta em cirurgia plástica teve dores no peito um mês antes, diz mãe.

Dênia Ferreira de Castro Silva, mãe da modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, falou em depoimento à polícia, na manhã desta quarta-feira (5), que a jovem tinha sentido dores no peito um mês antes da cirurgia plástica em que ela morreu. Na ocasião, a garota chegou a desmaiar.

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A mãe, o pai, o irmão e o noivo da modelo foram ouvidos nesta quarta-feira pela delegada que investiga o caso, Mirian Borges. Em depoimento, Dênia lembrou que a filha havia passado mal, sentido dores no peito e teve um desmaio. A delegada acha necessário investigar o episódio.

— Isso tem que ser apurado, saber quais exames foram solicitados, se foi detectado algum fato que necessitasse fazer uma investigação mais profunda para depois ir para a cirurgia.

O noivo da garota, Giuliano Cabral Chaves, contou em entrevista ao R7 que após a parada cardíaca, recebeu uma ligação da clínica de cirurgia plástica e que um funcionário perguntava sobre um eletrocardiograma.

— Eu falei que não sabia de eletrocardiograma nenhum. Todos os exames foram entregues para o médico antes da cirurgia.

Ainda nesta manhã, a mãe de Louanna relatou à delegada que a família não teve acesso aos exames pré-operatórios dela. Foi a própria jovem que disse que estava apta a fazer a cirurgia para o implante de próteses de silicone.

Uma amiga que foi chamada ao hospital depois que Louanna teve a parada cardíaca prestou depoimento na terça-feira (4), segundo a delegada.

— Essa amiga recomendou o cirurgião para a Louanna, porque já tinha feito cirurgia com ele e também porque era um médico reconhecido em Jataí — cidade onde elas moravam. Na hora que a moça teve a parada cardíaca, o médico mandou uma mensagem no celular pedindo ela que fosse até o hospital porque a mãe da Louanna estava sozinha lá.

Um relatório encaminhado pelo Hospital Monte Sinai, local para onde a modelo foi transferida após a parada cardíaca, ao IML (Instituto Médico Legal) dizia que Louanna tinha histórico de uso de cocaína e ecstasy e que isso havia sido relatado por uma amiga. Sobre o documento, a amiga de Louanna negou que tenha falado isso e ainda argumentou que a jovem não usava drogas. A delegada quer ouvir, também, uma segunda colega que estava no hospital.

O cirurgião plástico que operou a modelo vai ser ouvido pela polícia na manhã de sexta-feira (7). Além dele, a delegada disse vai chamar o anestesista e o médico que recebeu Louanna na UTI do Hospital Monte Sinai, que emitiu o documento atestando o uso de drogas.

— Se ficar provado que houve alguma negligencia, imperícia, imprudência por parte de qualquer um dos profissionais que a assistiu, essa pessoa vai responder por homicídio culposo — quando não há intenção de matar.

O caso

A modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, foi submetida a uma cirurgia para colocar próteses de silicone no sábado (1º) no Hospital Buriti, em Goiânia. Durante o procedimento, a jovem teve uma parada cardíaca.

O hospital não tinha UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e ela precisou ser transferida ao Hospital Monte Sinai, onde sofreu uma segunda parada e não resistiu. Após a morte, foi emitido um documento afirmando que ela tinha histórico de uso de drogas. A família está revoltada com a declaração e diz que ela tinha hábitos saudáveis e nem tomava bebidas alcoólicas. A polícia pediu um exame toxicológico ao IML.