Lauren Wasser, então com 24 anos, perdeu a perna esquerda devido à infecção; ela está processando o fabricante.
Filha de um casal de modelos, Lauren tinha uma vida invejável aos 24 anos. Linda, alta e loura, ela trabalhava também como modelo, fazia aulas de teatro e praticava esportes. ‘Tudo era baseado na aparência. Eu era aquela garota, e eu nem pensava sobre isso”, disse a californiana ao relatar seu drama à revista “Vice”.
A vida mudou radicalmente em outubro de 2012, quando ela passou numa farmácia da rede Ralph´s para comprar sua marca de absorventes preferida, a Kotex Natural Balance. Lauren conta que, naquele dia, trocou de absorvente três vezes. De manhã, à tarde e à noite. Mas, na festa de um amigo, começou a se sentir muito mal e decidiu ir para casa dormir. Foi encontrada no dia seguinte pela polícia que, levada por um amigo, achou a jovem deitada no chão ardendo em febre.
Esse mal consiste em uma série de complicações causada por infecções, frequentemente envolvendo a bactéria Staphylococcus aureus. É uma doença rara, que vem associada ao uso de absorventes desde que algumas mulheres morreram nos anos 80 supostamente devido a substâncias químicas em absorventes da Proctor & Gamble’s.
Segundo um estudo conduzido por médicos da Universidade de Yale, nos EUA, a carboximetilcelulose geleificada nos absorventes proporciona um meio viscoso propício para o desenvolvimento de bactérias. Daí a importância de se trocar o absorvente com frequência, impedindo, assim, a reprodução dessas bactérias.
A síndrome de choque tóxico é rara, afeta 1 a cada 100.000 pessoas, mas tem alto grau de mortalidade.
Lauren sobreviveu, mas ficou traumatizada com a experiência e perdeu metade da perna esquerda, consumida por uma gangrena gerada pela infecção que se espalhou pelo corpo dela. Agora, a californiana processa a Kimberly-Clark Corporation, fabricante dos absorventes que ela usava, e a rede de farmácias alegando que ambas negligenciam a informação sobre os riscos do produto. Ela também faz campanha pela divulgação desses riscos e a retirada dos materiais que propiciam o desenvolvimento das bactérias.
“Todos sabem que o cigarro pode matar. Quando você fuma, a escolha é sua. Seu eu soubesse sobre a SCT, jamais teria usado absorventes”, disse a americana à “Vice”.