Natal pelo mundo: mochileiro de RO que viajou por vários países conta as principais diferenças nas celebrações natalinas e ‘ceias gringas’

natal-pelo-mundo:-mochileiro-de-ro-que-viajou-por-varios-paises-conta-as-principais-diferencas-nas-celebracoes-natalinas-e-‘ceias-gringas’

Ithalo dedicou 10 anos da sua vida em viagens como mochileiro. Chef de cozinha em Rondônia, explorou o continente apenas com uma mochila. Casa decorada para o Natal
Glaucea Vaccari/G1 MS
No Brasil, o natal é uma das festas mais esperadas durante o ano e, para a maioria, o momento é de descanso, união e renovação de energias. Muito brilho, comida, árvore de natal e casa cheia de pessoas próximas…. Será que em outros países da América do Sul essa tradição também é assim?
Ithalo Hinestroza, chef de cozinha em Rondônia, explorou o continente apenas com uma mochila, e foi assim que percebeu que, independente do país, o natal tem sua essência quando há duas coisas presentes: a união e o amor.
1° destino: Peru
O chefe iniciou sua jornada como mochileiro em 2013, no Peru. Inicialmente, conseguia dinheiro para continuar as suas viagens fazendo malabares.
Ithalo conseguia dinheiro para continuar as suas viagens fazendo malabares.
Ithalo Hinestroza/ Arquivo pessoal
Mas, ao chegar em locais sem semáforos de trânsito, percebeu a necessidade de encontrar outras formas de sobreviver.
Foi então que ele decidiu mergulhar no legado da sua família; gastronomia e colocou literalmente a mão na massa.
“Para poder viajar, precisava de meios. A culinária se tornou a minha porta de entrada”, destacou.
Colômbia
O segundo destino do viajante foi a Colômbia, que marcou sua memória pelas tradições. No país, de acordo com ele, há muitas festividades de final de ano, que começam bem antes: em 7 de dezembro, com a Noche de las Velitas (Noite das Velas).
Assim como no Brasil, os colombianos se reúnem com as famílias numa mesa farta e muita luz nas decorações. Além disso, é costume no país que as pessoas convidem vizinhos, amigos e até turistas para se juntarem à família na celebração.
Colômbia, Natal
AFP
“Lá é um lugar onde, se estiver sozinho, você se sente acolhido no Natal. As pessoas têm um forte senso de união e amor”, ressalta.
Segundo Ithalo, a gastronomia natalina colombiana e as pessoas, calorosas e receptivas, são bem parecidas com os brasileiros. Além disso, no natal, os moradores saem às ruas e compartilham presentes, histórias, comidas e socializam entre eles.
Chile
Ithalo compartilha que no Chile o natal é normalmente celebrado em família e dentro de casa. Cada família organiza sua própria ceia e passa o tempo juntos, sendo comum as comemorações mais reservadas, sem grande abertura ao público externo.
Imagens feita pelo mochileiro durante sua passagem pelo Chile
Ithalo Hinestroza/ Arquivo pessoal
Durante a noite de Natal, é comum escutar os villancicos (cânticos natalinos em espanhol). Muitos são traduções de músicas natalinas em outros idiomas. Além disso, é habitual os chilenos chamar as festividade de fim de ano como ‘Pascua’ (solenidades do nascimento de Cristo).
“Cada um é muito na sua. Nesse país eu aprendi muito sobre o respeito ao toque. As diferenças de culturas são muito marcante. “, explica.
Em Valparaíso, no Chile, pescadores vestidos de papai noel viajam de barco
Eliseo Fernandez/Reuters
Ele explica que esse comportamento pode estar relacionado à legislação que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em parques, praias e nas ruas. Por isso, as celebrações costumam ser restritas e sem interações sociais com pessoas fora do círculo mais próximo, como viajantes e estrangeiros.
Argentina
De acordo com o viajante, o que mais observou ao passar pelos países é como o clima influencia na cultura local, tanto na gastronomia como nas festividades.
Em nações mais quentes, as pessoas são mais calorosas e animadas, enquanto em lugares de baixas temperaturas, a população costuma ser mais reservada, por passarem boa parte do ano em suas casas.
Lagos Neuquen – Argentina
Ithalo Hinestroza/ Arquivo pessoal
Na Argentina, por exemplo, o ambiente natalino é vivenciado principalmente nas praias, devido à chegada do verão. As casas costumam ser decorada nas cores vermelha e branca, que simbolizam tanto a neve como o espírito de paz que se espera que reine nessa época.
Momento mágico independente do lugar
Após dedicar 10 anos de sua vida a viagens, Ithalo, ao retornar para casa, percebeu como o Natal é um momento mágico independente do lugar.
Mas as diferenças na cultura são evidentes a partir de como as pessoas foram ensinadas em relação á essa data. Em meio a essas diversidades, ele notou que três valores universais prevalecem: o amor, a solidariedade e a união.
‘O Natal é lindo no Brasil e em outras partes do mundo. Ele é marcado pela união das pessoas”, explica.
Para o viajante, o Natal representa um momento de agradecimento pelo que se tem ao redor e é celebrado principalmente com aqueles que são mais próximos, ou seja, a família ou amigos.
Na tradição colombiana da família de Ithalo, as celebrações de fim de ano têm início uma semana antes. Os preparativos incluem a limpeza da casa e a organização para a ceia. Da véspera do dia 24 até o dia 25, dedicam-se a um momento especial para agradecer e, celebrar o amor ao próximo.