Pai de paciente vai parar na delegacia por reclamar de atendimento em Santarém do Pará.

Enfermeira relatou à polícia que foi agredida pelo homem.
Pai nega as acusações e afirma que vai processá-la por calúnia.

Hospital Municipal Santarém (Foto: Imagens de celular)
Atendimento no Hospital Municipal Santarém
(Foto: Imagens de celular)

Uma grávida de 4 meses, o pai Alzemar Silva dos Santos, de 46 anos, e uma enfermeira do Hospital Municipal de Santarém (HMS) foram parar na Delegacia de Polícia Civil no fim da manhã desta terça (7). De acordo com o delegado Eduardo Simão, a enfermeira chamou a polícia e denunciou o homem por uma suposta agressão.

Simão explicou que a funcionária da unidade relatou em depoimento que o pai da paciente a agrediu verbalmente, a segurou e a empurrou contra a parede. Já Santos, por sua vez, negou todas as acusações e disse que ele e a filha procuraram atendimento no hospital desde domingo (5), quando a jovem Silvana de Jesus Pinto, de 18 anos, começou a sentir fortes dores no abdômen.

Segundo Santos, ao chegar à unidade no domingo, a jovem foi atendida e recebeu uma pulseira de classificação de risco na cor amarela, que aponta o caso como “muito urgente”. “Que risco era esse que ela chegou 8 horas da manhã e foram atender ela às 10 horas da noite só para dizer que tinham perdido a ficha dela. Então disseram que tínhamos que retornar na segunda-feira [6] para iniciar todo o procedimento novamente”, afirmou.

O pai da paciente disse que a enfermeira reagiu com grosseria quando ele buscou informações quanto à demora no atendimento. “Ela veio fazer exames de rotina, do pré-natal nesta terça. Eu estava no INSS e ela me ligou passando mal e dizendo que ninguém queria atendê-la. Quando cheguei lá, fui falar com a senhora, ela [enfermeira] já veio com ignorância dizendo: ‘olha o senhor tem que fazer primeiro o procedimento’. Aí eu fui dizer que ela já tinha o procedimento desde domingo. Eu não tenho porquê mentir. Então ela veio dizendo: ‘o senhor está muito alterado, vou chamar a polícia para lhe prender’. A pessoa dizer que vai chamar a polícia para prender uma pessoa que foi buscar atendimento? É um absurdo”, enfatizou o pedreiro Alzemar dos Santos.

Santos, a paciente grávida, a enfermeira e mais duas testemunhas das funcionárias foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos. O delegado de plantão ouviu as duas versões e por se tratar de crime de baixo potencial ofensivo, registrou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra o acompanhante da grávida.

O caso será enviado para o juízado especial criminal, onde será realizada uma audiência de tentativa de conciliação.

Após a confusão, a jovem conseguiu se consultar com o médico do pré-natal. O especialista passou remédios para as dores e a jovem voltou para casa. Santos adiantou que foi orientado pelo advogado a entrar com uma denúncia de calúnia e constrangimento contra a enfermeira.

Nota do hospital
Em nota, a assessoria de comunicação do HMS esclareceu que a enfermeira Daylane seguiu procedimento clínico e orientou que o usuário abrisse um novo boletim de entrada, mas o homem se recusou a realizar o procedimento e se exaltou. Segundo a nota, a profissional quis preservar a segurança dos demais pacientes e profissionais por isso chamou a segurança da unidade, mas no instante em que saia da sala onde ocorria o atendimento, teve o braço agarrado com força pelo usuário e empurrada pelo mesmo.

A respeito dos atendimentos prestados à Silvana de Jesus,  o Hospital informou que a paciente deu entrada no domingo, dia 5 de outubro foi prontamente atendida, realizou exames e, por não apresentar indicação de internação, foi liberada.

O Pronto Socorro Municipal ressaltou que tem prestado uma média de 20 mil atendimentos mensais a pacientes de 20 Municípios da região oeste do Pará. A nota afirma que a  demanda é crescente, no entanto, não tem deixado de acolher a todo usuário que procurar os serviços da unidade.