Personalidades negras são homenageadas na Câmara Municipal do Rio

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A Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizou nesta sexta-feira (9) uma sessão solene para homenagear mais de 100 personalidades negras, que contribuem no combate ao racismo e na promoção da equidade racial no país. O evento é parte das celebrações do Dia da Consciência Negra, que acontece no dia 20 de novembro.

As ativistas Clátia Vieira e Lúcia Xavier receberam a principal premiação da casa, a Medalha Pedro Ernesto. Clátia é coordenadora executiva do Fórum Nacional de Mulheres e tem um histórico de atuação na luta por moradia e direito à alimentação, com destaque para espaços eleitorais e de movimento negro. Lúcia é coordenadora da ONG Criola, no Rio de Janeiro, que promove ações culturais e políticas relacionadas ao enfrentamento do racismo, e tem como um dos focos o acesso à Justiça pela população negra.

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“Eu sou resultado da luta de mulheres que travaram uma luta para me forjar no que sou hoje. Nós mulheres negras inventamos um mundo, um mundo diferente onde nós conseguimos produzir o amor, uma capacidade de continuar e produzir vida mesmo quando tiram as nossas vidas”, disse Lúcia Xavier.

Ativistas Lúcia Xavier, Monica Cunha e Clátia Vieira foram homenageadas pela Câmara Municipal – Foto: Caio Oliveira/Divulgação

Também houve espaço para Moções de Reconhecimento e Louvor às pessoas negras atuantes nas áreas da cultura, pesquisa, literatura e militância antirracista. Uma delas foi o ativista Lucas Batal, representante do Movimento Negro Unificado (MNU), que destacou o protagonismo dos coletivos negros na busca por uma sociedade mais igualitária. “Enquanto houver racismo, o povo preto estará nas ruas para lutar contra ele”, afirmou Batal.

O evento foi uma iniciativa da vereadora Monica Cunha (PSOL), presidente da Comissão Especial de Combate ao Racismo, que argumentou ser importante valorizar aqueles que ajudam a construir e preservar a cultura negra.

“Ter cada um de vocês aqui dentro é recontar a história dos nossos ancestrais que deram o sangue para construir essa casa”, afirmou a vereadora. “Nosso país tem um histórico de apagar as contribuições que a população negra fez e faz. Fazer esse evento é reescrever a história. Claro que não só neste mês, mas esse é o momento de celebrarmos quem não deixa a história se apagar e de quem continua mudando a história de milhares de pessoas no Brasil”.