Polícia Federal investiga piloto paraense que ficou desaparecido por 36 dias

COIAB pede que sobrevoo do profissional seja investigado, já que ele seguia por terras indígenas

Ele se tornou conhecido após sobreviver a um acidente aéreo, o qual ficou 36 dias desaparecido, sozinho em meio a floresta. O piloto Antônio Sena, o “Toninho”, como é conhecido, segundo reportagem de um jornal de circulação nacional, operava em um garimpo ilegal de ouro, localizado em uma área de reserva biológica, restrita de proteção ambiental

Após ser encontrado e já estar ao lado dos familiares, Toninho assumiu que sobrevoava em áreas de garimpo no Pará. Ele afirmou que devido o preço do ouro, aceitava realizar viagens, uma vez que, segundo ele, chegava a receber R$300 por hora.

No dia em que desapareceu, Antônio havia sio contratado para ir até o garimpo Treze de Maio, que fica localizado na Reserva Biológica (Rebio) Maicuru, na região norte do Pará, o qual é de gestão estadual. De acordo com o piloto, ele foi contratado para levar mantimentos e óleo diesel para um proprietário de garimpo em Alenquer, também no Pará.

A Rebio Maicuru foi criada no ano de 2006 e integra um mosaico de áreas protegidas, as quais formam o maior corredor de biodiversidade do mundo, com 12 milhões de hectares.

Segundo a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), reforça que é preciso investigar o que o piloto fazia sobre essas áreas, próxima a territórios indígenas, povos isolados. A COIAB atenta para que seja investigado o objetivo do piloto em sobrevoar aquela localidade.

Assim que ficou constatado por onde ocorreu o sobrevoo do piloto, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso, o qual segue em andamento.

“O impacto é extremamente grave. Contamina solos e rios, dos quais os indígenas dependem para viver. Além disso, coloca os povos em situação vulnerável por causa da pandemia. O território Zoé, de recente contato, está próximo desse garimpo, e há indícios de povos isolados”, diz Angela Kaxuyana, coordenadora da COIAB.