Aécio diz que panelaço não pediu ‘terceiro turno’ e foi espontâneo.

Dilma afirmou que defesa do ‘terceiro turno’ é ‘ruptura da democracia’.
Ex-presidente FHC disse que tirar presidente ‘não adianta nada’.

Após a presidente Dilma Rousseff afirmar que a defesa do “terceiro turno” da eleição é roptura da democracia, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), divulgou nota nesta segunda (9) na qual afirmou que o panelaço deste domingo (8) contra o governo não defendeu o “terceiro turno” e foi “espontâneo”. Também nesta segunda, em evento no instituto FHC, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a sociedade e o Congresso têm de encontrar caminhos porque, segundo disse, “não adianta nada” remover do poder a presidente Dilma Rousseff por meio de um impeachment (leia mais ao final desta reportagem).

Enquanto o pronunciamento de Dilma sobre o Dia Internacional da Mulher era veiculado nas cadeias nacionais de rádio e TV, pessoas em algumas das maiores cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, bateram panelas nas janelas de suas casas e entoaram gritos contra a presidente.

Em nota divulgada na manhã desta segunda, o PT afirmou que o panelaço fracassou e foi financiado pelos partidos de oposição. Aécio Neves defendeu os protestos como democráticos e disse que as pessoas têm o direito de expressar sua opinião.

“As manifestações que ocorrem nas redes sociais, nos panelaços e nas ruas não defendem um terceiro turno. São manifestações espontâneas e democráticas  Queremos um país em que todos tenham o direito de expressar sua opinião. O PT não é uma instância suprema que pode decidir quais opiniões são legítimas e quais não são, ou quais podem e quais não podem ser expressas”, disse Aécio.

O presidente do PSDB afirmou ainda que o PT tenta “tapar o sol com a peneira” ao responsabilizar a oposição pelos protestos contrários ao governo. Em nota, Aécio Neves disse também que as manifestações nasceram de forma espontânea em diversos setores da sociedade que se sentiram “enganados” pelo governo.

“Fazer uma mea culpa, admitindo os graves erros cometidos do ponto de vista gerencial e ético, talvez seja um bom recomeço para se tentar resgatar, pelo menos em parte, a confiança perdida. Muito mais eficiente do que o governo insistir na inócua tentativa de transferir responsabilidades” disse o senador.

Neste fim de semana, o PSDB veiculou propaganda na TV na qual afirmou que a presidente Dilma “disse uma coisa” na campanha eleitoral do ano passado e “fez outra” após tomar posse para o segundo mandato.

Fernado Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira (9) em São Paulo que não adianta tirar a presidente Dilma Rousseff do poder por meio de um impeachment. Para ele, a saída é a sociedade e o Congresso “refazer seus caminhos” a fim de que “seja possível constituir uma nova situação de poder”.