Justiça dos EUA nega liberdade sob fiança a milionário Robert Durst

Documentário teve papel decisivo para pedido de prisão.
Magnata admitiu crime sem saber que microfone estava ligado.
 Após a entrevista, sem saber que o microfone continuava ligado, Robert Durst foi ao banheiro e, falando sozinho, admitiu ter "matado todos eles". (Foto: Reuters)
Após a entrevista, sem saber que o microfone
continuava ligado, Robert Durst foi ao banheiro e,
falando sozinho, admitiu ter “matado todos eles”
(Foto: Reuters)

A justiça dos Estados Unidos negou nesta segunda-feira (23) a liberdade sob fiança do magnata americano Robert Durst, acusado do assassinato de uma mulher, que admitiu inadvertidamente durante gravação de um documentário.

O excêntrico multimilionário, de 71 anos, foi acusado há uma semana, em Los Angeles, pelo assassinato de sua amiga Susan Berman, no ano 2000.

Involuntariamente, ele confessou uma série de assassinatos durante a filmagem de “O Pé-Frio: a vida e as mortes de Robert Durst” (“The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst”), documentário produzido pela HBO.

“O que eu fiz? Matei todos eles, claro”, disse o empresário, que aparentemente não sabia que um microfone sem fio continuava ligado enquanto ele estava no banheiro.

Berman levou um tiro na nuca, dentro de casa, em Beverly Hills. No dia seguinte, ela seria interrogada pela polícia, em meio ao processo reaberto sobre Kathie Durst, esposa do magnata, desaparecida em 1982, em Nova Iorque.

Em 2003, Durst foi acusado pelo assassinato do vizinho Morris Black, de 71, no Texas, mas acabou inocentado, após alegar legítima defesa.

Não ficou claro se Durst estava sendo sincero ao falar sobre as mortes, mas autoridades em Los Angeles admitiram que o documentário teve um papel decisivo para os investigadores pedirem a prisão do multimilionário pela morte de Berman.

Durst tem uma fortuna pessoal avaliada em US$ 4,4 bilhões (R$ 14,3 bilhões) por ser herdeiro de uma corretora de imóveis sediada em Nova York. Ele foi detido em Nova Orleans, onde segue preso, após a polícia encontrar uma pistola calibre 38 e maconha em seu quarto de hotel.

Os advogados de defesa reclamaram que os índices de audiência estão guiando o trabalho da promotoria e pedem que o caso seja levado o quanto antes a julgamento, mas na Califórnia.

A audiência desta segunda-feira em Nova Orleans foi pelo flagrante de maconha e posse de arma, no último dia 14.