PF desarticula entrega de drogas a domicílio.

Cinco jovens de classe média foram presos. Eles tinham até estufa.

A Polícia Federal desarticulou um esquema de comércio de drogas que envolve jovens de classe média-alta no Rio que mantinham um serviço de entrega de maconha a domicílio. A operação “Do Leme ao Pontal” prendeu cinco jovens com idades entre 26 e 38 anos que atuavam nas zonas Sul, Oeste e na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro na manhã de ontem.

Segundo o delegado Fábio Taveira, as investigações sobre o grupo começaram há cinco meses. De acordo com o responsável pelas investigações, a quadrilha tinha uma clientela selecionada.

“Esses jovens só entraram neste mercado em razão da alta lucratividade, principalmente na Zona Sul do Rio. O comércio das drogas era feito através de Delivery para clientes pré-selecionados. Eles tinham uma cartela de clientes,” disse o delegado.

PRODUÇÃO

Os traficantes produziam a própria droga que comercializavam. A estrutura da quadrilha nas plantações impressionou os investigadores.

“Eles tinham uma produção razoável, principalmente com equipamentos sofisticados. Contavam com estufas indoor, dentro de residências, que são usadas para outra finalidade, mas foram adaptadas para este fim ilícito”, afirma o responsável pelas investigações.

O foco da produção era a venda na Zona Sul, onde os traficantes obtinham maiores lucros. “O foco deste comércio ilegal era a Zona Sul, onde os entorpecentes alcançavam um valor de venda maior do que na Zona Oeste, por exemplo.

Na tarde de ontem, os presos foram levados da sede da Polícia Federal, na Zona Portuária, para a prisão. “Acredito que com as provas colhidas podemos pedir a prisão dos que foram presos hoje e de outros elementos da quadrilha”, afirma o delegado Fábio, que informa ainda que as provas obtidas na diligência de hoje podem ajudar a encontrar outros membros da quadrilha e a aferir quanto os criminosos faturavam com o tráfico de drogas.

PETRÓPOLIS

Em Petrópolis, na Região Serrana, a plantação chamou a atenção dos agentes pela sofisticação nos equipamentos com tubos de ar e luzes para controlar a temperatura, umidade e iluminação das plantas. De acordo com os peritos, esse cultivo, considerado mais nobre, faz a separação das substâncias, isolando a folha com maior concentração de THC (tetra-hidrocanabinol), o que possibilita a venda mais cara do produto. O THC é uma substância química produzida pela maconha, responsável pelos principais efeitos da droga.

No flagrante, o suspeito alegou usar o entorpecente para fins medicinais. A mãe do rapaz, que também estava na residência, afirmou que o filho plantava a droga somente por causa da doença, a epilepsia. Eles são do Rio de Janeiro, mas moram há cerca de cinco anos em Petrópolis.

“Meu filho é totalmente do bem, é religioso, honesto. Ele não é traficante. A produção dele é somente por causa da doença. Ele que produz os remédios junto com alguns amigos. Meu filho não é criminoso”, explicava.

O suspeito e todo o material periciado, incluindo os equipamentos usados no imóvel, foram levados pelos agentes para o posto da Polícia Federal em Petrópolis, no Quitandinha, onde o caso será registrado.