Empresa de Santos tem investido na criação de casas feitas com contêiner.
Contêiner é preparado no Porto de Santos e depois recebe o acabamento.
Um terminal portuário em Santos, no litoral de São Paulo, prepara e monta contêineres para virarem casas, lojas, escritórios, lanchonetes e vários tipos de estabelecimentos comerciais, industriais ou residenciais. Os ‘módulos habitacionais’, como são chamados os contêineres utilizados para esse fim, podem ser até 40% mais baratos do que construções de alvenaria e são ecologicamente corretos.
Na Baixada Santista, o cliente escolhe o contêiner na pilha do terminal portuário. Há contêineres de 10 pés (3 metros de comprimento), 20 pés (6 metros de comprimento) e 40 pés (12 metros de comprimento). Em seguida, o interessado deve explicar para a empresa qual será a função do contêiner como, por exemplo, moradia, loja ou escritório. “A gente faz o desenho para o cliente”, explica Gilberto Leodoro de Oliveira, um dos responsáveis por fazer o gerenciamento de todo o serviço para a confecção de módulos habitacionais e comerciais.
em um terminal.
Santos.
Dentro de uma oficina em um terminal portuário, os profissionais de uma empresa de contêineres recebem os projetos. A maioria deles são feitos pelo arquiteto Celso Costa Filho, pioneiro no Brasil em projetos de casas a partir de contêiners. No terminal, os funcionários fazem o corte para as janelas, portas, e todas as aberturas a pedido do cliente, além das instalações elétricas, hidráulicas e também a pintura do contêiner. “A gente faz de acordo com o que o cliente quer. Pode fazer cozinha, banheiro e quarto em um contêiner só”, afirma Gelome de Souza, diretor comercial da empresa Abramar.
A montagem de um escritório em um contêiner de 20 pés, por exemplo, que é um dos mais simples, demora, no mínimo, cinco dias para ficar pronta e custa entre R$ 10 e 12 mil. Há projetos de casas e comércios em que é preciso cerca de 1 mês para serem concluídos. Esses chegam a custar até R$ 50 mil.
(Foto: Thiago Moser)
Após esse processo, o contêiner é transportado por caminhões para o destino desejado pelo cliente, geralmente, alguma cidade do Estado de São Paulo. Lá, o contêiner é montado, mobiliado e todo o acabamento é feito com profissionais locais. Toda a decoração da parte interna do contêiner, que não é realizada no terminal, é cobrada a parte, dependendo do gosto do cliente.
Segundo Souza, a pessoa que encomenda uma casa contêiner economiza cerca de 30% a 40% em relação à construção de uma moradia de alvenaria. Além disso, há outros benefícios. Tendo uma casa contêiner é possível mudar de cidade ou terreno com mais praticidade e ampliar a casa adicionando mais contêineres. “Você tem muito pouco desperdício de material já que não é uma obra gigante. O que sobra tem opção de vender como sucata. Não é uma sobra que vai para o lixo”, comenta Souza.
Segundo os proprietários, não há um prazo de validade definido para o contêiner. O recomendado é que o dono faça a manutenção sempre que necessário. Como os contêineres foram criados para transportar alimentos ou produtos químicos, é feita uma lavagem para retirar qualquer odor ou substância da peça. “Se você pintar e colocar um piso, acaba neutralizando qualquer contato que você tem. A ventilação também não tem problema. Tem as janelas ou usa ar-condicionado, que faz esse trabalho”, explica o diretor comercial.
Há cerca de quatro anos, a Abramar trabalha com os módulos habitacionais e empresariais. Durante esse período, os empresários notaram uma demanda maior de pedidos de orçamento para esses tipos de serviço. Atualmente, são cerca de 10 projetos por mês. A perspectiva é que esse tipo de serviço seja cada vez mais procurado. “A gente está acreditando que essa parte de projeto vai ter um andamento bom nesse ano”, finaliza Souza.